Prefeitura capacita agentes visando melhor acolhimento e luta contra o preconceito ao público LGBTQIAPN+

Por: Neison Cerqueira

Prefeitura capacita agentes visando melhor acolhimento e luta contra o preconceito ao público LGBTQIAPN+

Foto: Raphael Muller


A política social exercida pela Prefeitura de Lauro de Freitas evidencia o compromisso da gestão com todos os públicos. Discutir pautas voltadas ao público LGBTQIAPN+ está muito longe de ser tabu. Na sala de reunião do Centro Administrativo de Lauro de Freitas (CALF), o assunto foi debatido na manhã desta quinta-feira (31), em curso promovido para agentes da assistência social, CREAS, CRAS e CadÚnico, sobre “Cidadania LGBTQIAPN+”. Dentre os assuntos abordados, o conceito e participação de políticas públicas e participação social, o acolhimento no exercício da profissão e nos órgãos, além dos direitos desse público nos âmbitos federal, estadual e municipal.

O Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIAPN+. Os dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), divulgados em março deste ano, apontam que foram registradas 273 mortes. Isso significa que uma pessoa morre a cada 32h ou duas mortes são registradas a cada três dias. A diretora do Departamento LGBT da Secretaria de Políticas Públicas, Direitos Humanos e Igualdade Racial (SEPADHIR), Erica Capinan, explicou que o objetivo do curso é fazer com que esses profissionais apliquem um atendimento humanizado. “Esse curso é voltado para agentes, técnicos, técnicas, psicólogas e assistentes sociais, que atendem a esse público, nas bases, nas comunidades. Nosso objetivo aqui é trazer formação, informação, sobretudo para esse acolhimento humanizado, de olhar específico e essencial, para pessoas LGBTQIAPN+, principalmente para a população travesti e transexual”, disse.

Segundo Capinan, muitos travestis e transexuais que buscam os órgãos para serem atendidos, não são acolhidos. “Muitos chegam em alguns equipamentos e não conseguem ser acolhidos ou acolhidas de forma humanizada. E é o mínimo, como o uso do nome social, por exemplo. Muitas dessas pessoas ainda não têm essa retificação no nome por falta de informação, formação. Quando chegam nos equipamentos eles não conseguem ser acolhidos, então, nosso objetivo aqui é justamente trazer um olhar diferenciado e fazer entender que os atendimentos precisam ser feitos de forma humanizado, seja para trans ou travestis, como todo o público LGBTQIAPN+”, complementou. 

Para a psicóloga Aila Cabral, o curso teve uma importância imensa, que a fez entender e refletir sobre o assunto. “Foi uma manhã muito gratificante e espero que aconteça outras vezes, para oferecermos mais dignidade no atendimento, na acolhida às pessoas LGBTQIAPN+. Reconhecer e viabilizar os acessos aos direitos de todas as pessoas. Houve muita troca, conhecimento, foi muito enriquecedor”, contou.

Assistente social, Kátia Davi, que atua no CRAS Caji, classificou o momento como esclarecedor e gratificante, e garante que vai ser multiplicadora do conhecimento e informação voltados para o público LGBTQIAPN+. “O momento foi ótimo, maravilhoso. Muito gratificante e esclarecedor. A intenção é levar isso como multiplicador. O departamento foi muito feliz, da forma como trouxe a metodologia. Para mim foi tudo muito perfeito”, elogiou.